Alunos de jornalismo e publicidade prestigiaram o evento dispostos a conhecer um pouco mais da linguagem fotográfica.
Realizou-se entre os dias 27 e 29 de maio na Facitec, a semana acadêmica com o tema:
“Novas Tecnologias da Comunicação.” O evento contou com palestras e oficinas ministradas por profissionais renomados que atuam na área da comunicação, como também com a participação de professores da própria faculdade. Dentre as oficinas, uma despertou muito interesse por parte do alunato que foi a de Linguagem Fotográfica ministrada pela a professora e fotográfa profissional Ana Nascimento. Participaram da oficina, cerca de 15 alunos. No decorrer da exposição, a professora abordou vários temas da linguagem fotográfica como: A fotografia como transformação do real, a fotografia como um traço do real e finalmente o posicionamento do fotográfo e os recursos técnicos. Um dos pontos altos da explanação foi quando a professora explicou o impacto que a fotografia causa nas pessoas. Segundo ela, ao serem fotografadas, umas ficam mais soltas e desinibidas, outras ficam envergonhadas por não gostarem de se expor. Outro assunto comentado foi o beneficio que as novas tecnologias trouxeram para o mundo fotográfico como, por exemplo, o advento da câmera digital. “A câmara digital trouxe um grande benefício tanto para o fotográfo como para o fotografado, pois, permite que ambos vejam instantaneamente a qualidade de resolução da fotografia” afirma Ana. Após falar das novas tecnologias Ana Nascimento concedeu uma entrevista a nossa reportagem.
Reportagem-Durante a oficina a senhora afirmou que a tecnologia digital trouxe um grande benefício para os amantes da fotografia, pois permite imediatamente que a pessoa avalie a qualidade da foto. Com este advento surgiram também os softwares de edição, como por exemplo, o photoshop que corrige as imperfeições. Isto não tira a originalidade da fotografia?
Ana Nascimento – Depende da quantidade de manipulação que se faz na imagem.
Porque aí vai depender do nível de edição, de transformação e de tratamento que a imagem sofre. Você pode usar o tratamento a menos pra melhorar um pouco do brilho e do contraste, que isso não vai alterar a mensagem da fotografia. Agora quando você altera os elementos constitutivos da foto,quando você coloca elementos que não fez parte daquela fotografia, como, por exemplo, uma pessoa que não estava no momento, um sorriso numa boca que não estava sorrindo, uma lágrima num olho que não estava chorando, aí você altera a conotação e transforma o que é a fotografia mesmo. Fotografia não é isso
Reportagem-Professora, estas alterações fotográficas acontecem mais em revistas comerciais como a playboy que necessita de um produto melhor acabado porque o objetivo é mercadológico. Em sua opinião, a senhora prefere a foto natural ou tratada?
Ana Nascimento-Aí, a gente está falando de duas fotos diferentes, foto jornalismo que é a área que eu sempre trabalhei, não permite, não tem espaço pra este tipo de manipulação, mas no caso da playboy ali existe um produto à venda, e na publicidade é possível fazer qualquer tipo de manipulação de maneira a seduzir o cliente, são coisas muito diferentes o jornalismo da publicidade. Ali é uma pessoa que está entre aspas à venda. Ela está mostrando o corpo dela para seduzir o leitor, pra fazer com que o leitor queira comprar aquela revista, então ela tem que se mostrar bonita, sem celulite, e sem estria. Houve um caso que repercutiu negativamente no mercado de uma pessoa que saiu na playboy sem o umbigo, durante o tratamento da foto tiraram o umbigo dela e a revista foi impressa com a modelo assim mesmo, só depois perceberam o grande erro.
Reportagem-Então comparando os dois tipos de fotografias, quer dizer que a fotografia de jornal é informativa, e no caso da playboy é mercadológica?
Ana Nascimento-Exatamente, é mercadológica. Ela tem o objetivo de seduzir a pessoa que está consumindo a foto.
Por Antônio Almeida