A sociedade vive na era do consumo. E para muitos o consumo desenfreado é um mau, pois desperdiça recursos, destrói o meio ambiente, reforça o capitalismo selvagem e promove a superficialidade e o materialismo. E por muitas vezes tem que engrossar o orçamento para se alimentar, se vestir, pagar as contas da casa e falar ao telefone. Em três anos, uma despesa extra - o telefone celular - triplicou o peso no orçamento familiar. É o que mostra a Pesquisa sobre Orçamento Familiar (POF) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com amostra de 14 mil famílias que recebem de um a 33 salários mínimos.
O consumo no Brasil atravessa uma fase de mudanças importantes de hábitos, produtos e preços. Depois da abertura comercial, que trouxe na década passada a competição de produtos importados, o novo impulso vem do aumento do crédito e da elevação da renda dos mais pobres nos últimos anos.
É nessa faixa de renda que setores industriais, como de higiene pessoal, tiveram recentemente grande oportunidade de negócios e conseguiram crescer bem acima da média nacional.
“O consumidor, consciente de sua responsabilidade social, faz da compra um ato de cidadania ao exigir produtos que não sejam prejudiciais ao meio ambiente e à comunidade. O papel do consumidor é muito importante para tornar a produção e comercialização dos produtos amigáveis possível, pois ao exigir posturas corretas das empresas dando sua preferência para produtos corretos em detrimento de outros, o consumidor está incentivando todas as empresas a proteger o meio ambiente e a ter responsabilidade social”, palavras de Alexandre Zetune, biólogo da Unb.
Graça Monteiro afirma que “o consumo responsável deve estar presente na vida das pessoas, que na hora de escolher pela compra de determinado produto, devem se informar sobre a sua procedência, saber se houve destruição do meio ambiente ou qualquer outro dano à comunidade durante a sua fabricação. Esta é uma das formas de cobrar das empresas o cuidado com as comunidades onde atuam, e colaborar com a construção de uma sociedade melhor estruturada”.