domingo, 30 de março de 2008
Adoção muda o destino de crianças abandonadas
Era uma vez em um lugar chamado Crateús – CE uma moça que adorava aproveitar a vida. Até o momento em que teve a rotina alterada ao se tornar ainda muito jovem mãe solteira, sem ter vocação para a maternidade. No entanto, no ano de 1989, tudo ficou mais complicado quando descobriu que estava grávida novamente, e de gêmeos. Isabel (nome fictício) ficou apavorada, pois não tinha condições e nem vontade de ter outra criança.
Enquanto Isabel se desesperava por estar grávida de dois filhos, sua irmã que tinha vindo tentar a sorte em Brasília e se casará com um funcionário público, com quem teve duas filhas. Sonhava em ter um menino, mas não conseguia mais engravidar. Isabel, conhecendo o desejo da irmã, escreveu lhe uma carta logo que deu a luz, na qual oferecia seus filhos. Maria (nome fictício) se animou com a proposta. Assim que pode, viajou para o Ceará e escolheu uma das crianças. Ela vivia bem em Brasília, mas não o suficiente para ficar com os dois meninos. Maria optou por adotar Israel, enquanto Pedro permaneceu com a mãe biológica.
Israel cresceu com todo o conforto. Teve acesso aos melhores médicos, melhores escolas, melhores brinquedos e a tudo o que os pais adotivos puderam comprar. O outro, ficou em uma vida difícil no meio da seca e sem recursos. E, principalmente, sem uma boa estrutura familiar, sua mãe nunca se importou com os filhos. Apesar de Maria mandar dinheiro para a irmã, a vida de uma mulher nordestina solteira com dois filhos é árdua. Atualmente, os dois jovens não mantêm nenhum contato, quando colocados lado a lado, nem parecem irmãos gêmeos. Um é alto e forte e o outro é franzino e apático.
Essa história parece de um romance de novela, mas é a vida real de uma família. Esse caso exemplifica como o gesto de adoção pode modificar o destino de uma criança. Como teria sido a vida de Israel se ele tivesse permanecido no nordeste e a de Pedro se tivesse encontrado uma família adotiva? Pedro, mesmo permanecendo com a mãe, não teve uma alguém para orientá-lo. Cresceu solto no mundo, aprendendo sozinho como se virar, da mesma forma, que os jovens abandonados em abrigos públicos.
A Adoção é um tema cercado de preconceito. As pessoas preferem ter filhos “naturais”, tem medo de criar uma criança que elas desconheçam a origem. Depois do desenvolvimento da ciência no campo da fertilização, a adoção deixou de ser a única saída para os casais estéreis terem filhos. Enquanto isso, estima-se que existam, hoje, cerca de 1 milhão de crianças e adolescentes estejam a espera da reintegração familiar.
A adoção no Brasil é contraditória. A lista de espera de candidatos a pais cresce na mesma proporção que a quantidade de crianças nos orfanatos. Mas qual a razão para que ainda existam tantos órfãos? O motivo é simples. Além do preconceito e da falta de informação, as pessoas que tem interesse em adotar fazem uma serie de exigências. Elas querem apenas bebês brancos, do sexo feminino e de até um ano de idade e sem nenhum problema físico e psicológico incuráveis.
Enquanto mais de 90% dos 4 mil candidatos a pais desejam bebês com menos de um ano, as crianças nessa faixa etária representam apenas 0,47%. Esse descompasso faz com que, de um lado, a espera por parte dos pais seja de cinco anos e, do lado das crianças, a esperança de conseguirem uma família adotiva reduz-se a cada dia que passa.
Toda criança tem direito a um lar
Com o objetivo de incentivar o gesto de adoção, a legislação que regulamenta esse processo no Brasil ficou mais simples e rápido. Devido à criação do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA e ao pleno funcionamento do Juizado da Infância e da Juventude, principalmente nas capitais e grandes cidades.
É preciso que as pessoas deixem de lado o preconceito e compreendam que toda criança, independente da cor, da origem e da idade, tem direito a um lar. É dever do Estado e de cada cidadão, segundo o artigo 227 da Constituição Federal, garantir a criança e ao adolescente à convivência familiar sadia.
Enquanto Isabel se desesperava por estar grávida de dois filhos, sua irmã que tinha vindo tentar a sorte em Brasília e se casará com um funcionário público, com quem teve duas filhas. Sonhava em ter um menino, mas não conseguia mais engravidar. Isabel, conhecendo o desejo da irmã, escreveu lhe uma carta logo que deu a luz, na qual oferecia seus filhos. Maria (nome fictício) se animou com a proposta. Assim que pode, viajou para o Ceará e escolheu uma das crianças. Ela vivia bem em Brasília, mas não o suficiente para ficar com os dois meninos. Maria optou por adotar Israel, enquanto Pedro permaneceu com a mãe biológica.
Israel cresceu com todo o conforto. Teve acesso aos melhores médicos, melhores escolas, melhores brinquedos e a tudo o que os pais adotivos puderam comprar. O outro, ficou em uma vida difícil no meio da seca e sem recursos. E, principalmente, sem uma boa estrutura familiar, sua mãe nunca se importou com os filhos. Apesar de Maria mandar dinheiro para a irmã, a vida de uma mulher nordestina solteira com dois filhos é árdua. Atualmente, os dois jovens não mantêm nenhum contato, quando colocados lado a lado, nem parecem irmãos gêmeos. Um é alto e forte e o outro é franzino e apático.
Essa história parece de um romance de novela, mas é a vida real de uma família. Esse caso exemplifica como o gesto de adoção pode modificar o destino de uma criança. Como teria sido a vida de Israel se ele tivesse permanecido no nordeste e a de Pedro se tivesse encontrado uma família adotiva? Pedro, mesmo permanecendo com a mãe, não teve uma alguém para orientá-lo. Cresceu solto no mundo, aprendendo sozinho como se virar, da mesma forma, que os jovens abandonados em abrigos públicos.
A Adoção é um tema cercado de preconceito. As pessoas preferem ter filhos “naturais”, tem medo de criar uma criança que elas desconheçam a origem. Depois do desenvolvimento da ciência no campo da fertilização, a adoção deixou de ser a única saída para os casais estéreis terem filhos. Enquanto isso, estima-se que existam, hoje, cerca de 1 milhão de crianças e adolescentes estejam a espera da reintegração familiar.
A adoção no Brasil é contraditória. A lista de espera de candidatos a pais cresce na mesma proporção que a quantidade de crianças nos orfanatos. Mas qual a razão para que ainda existam tantos órfãos? O motivo é simples. Além do preconceito e da falta de informação, as pessoas que tem interesse em adotar fazem uma serie de exigências. Elas querem apenas bebês brancos, do sexo feminino e de até um ano de idade e sem nenhum problema físico e psicológico incuráveis.
Enquanto mais de 90% dos 4 mil candidatos a pais desejam bebês com menos de um ano, as crianças nessa faixa etária representam apenas 0,47%. Esse descompasso faz com que, de um lado, a espera por parte dos pais seja de cinco anos e, do lado das crianças, a esperança de conseguirem uma família adotiva reduz-se a cada dia que passa.
Toda criança tem direito a um lar
Com o objetivo de incentivar o gesto de adoção, a legislação que regulamenta esse processo no Brasil ficou mais simples e rápido. Devido à criação do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA e ao pleno funcionamento do Juizado da Infância e da Juventude, principalmente nas capitais e grandes cidades.
É preciso que as pessoas deixem de lado o preconceito e compreendam que toda criança, independente da cor, da origem e da idade, tem direito a um lar. É dever do Estado e de cada cidadão, segundo o artigo 227 da Constituição Federal, garantir a criança e ao adolescente à convivência familiar sadia.
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Um comentário:
Thaís,
Tirando o nariz de cera, sua matéria ficou excelente.
Parabens.
CD
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